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A suplementação com óleo de peixe no manejo da artrite reumatoide


A relação entre alimentação e doenças autoimunes tem sido estabelecida ao longo dos anos, à medida que se compreende como certos compostos alimentares podem modular a imunidade, com isso, predispondo o organismo a doenças.

Especificamente quanto ao ômega-3, a literatura tem indicado que seu consumo via fontes alimentares ou a partir de suplementos pode impactar positivamente na diminuição dos sintomas e da dor em doenças autoimunes, a exemplo da artrite reumatoide (AR). Dessa forma, apesar de complexa, atualmente, as evidências apontam a interação dos ácidos graxos com o sistema imune, demonstrando que o seu aporte alimentar adequado e equilibrado é capaz de reforçar as respostas imunológicas, especialmente na redução de processos inflamatórios.

No caso da artrite reumatoide, doença autoimune de elevada progressão e que se caracteriza por uma poliartrite de caráter periférico e de base desconhecida, a literatura sugere que o óleo de peixe pode ajudar a minimizar a inflamação e reduzir as dores, sobretudo, a rigidez matinal das articulações. Sua prevalência gira em torno de 0,5% a 1% da população, com predomínio de mulheres na faixa etária de 30 a 50 anos. De acordo com estudos, sugere-se que a ingestão de ômega-3 ajuda a reduzir a ligação do ácido araquidônico em membranas celulares, diminuindo danos causados por citocinas pró-inflamatórias e enzimas que ajudam a degradar a cartilagem.

Estudos clínicos investigaram os efeitos da suplementação com ômega-3 em pacientes com artrite reumatoide e observaram que o óleo de peixe ajudou a diminuir tanto a dor quanto o inchaço articular, além da rigidez arterial matinal e do uso de medicamentos. Rajaei et al. (2016) avaliaram os efeitos da suplementação com ômega-3 na atividade e remissão da AR em pacientes tratados com drogas modificadoras de doença reumática em comparação ao grupo placebo. Foi observada uma melhora significativa na avaliação global dos pacientes suplementados, bem como em sua avaliação clínica, sugerindo que o ômega-3 pode ser uma estratégia para diminuir a utilização concomitante de medicamentos para AR.

Referências

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